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Custos fixos e variáveis: entenda o que são e a importância de um cálculo assertivo para sua clínica

João Victor Paiva
Junho 21, 2024
8 min para ler
Marketing, Vendas
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Atualizado: 17 de mai. de 2023

Com esse artigo, você aprenderá como mensurar seus custos fixos e variáveis com precisão e assertividade, de forma a obter uma visão mais ampla de seus rendimentos a longo prazo.

Profissional de odontologia ou estética calculando os custos fixos e variáveis de sua clínica com uma calculadora na mão.
Aprenda a identificar e calcular os custos fixos e variáveis da sua clínica de forma simples

Os custos fixos e variáveis, quando classificados da maneira correta, ajudam a ter mais controle de gastos e facilitam a tomada de decisão, objetivando a redução das despesas e consequentemente aumentando o faturamento.

Lidar com a gestão financeira da sua clínica não é brincadeira, visto que é um dos fatores determinantes para o sucesso do seu negócio. Os gestores e proprietários de clínicas devem sempre estar atentos às entradas e saídas do seu caixa para ter o controle do seu financeiro nas mãos.

Segundo o SEBRAE, uma pesquisa do IBGE aponta que 60% das empresas do país fecham em até 5 anos, e um dos grandes motivos para isso é a falta de controle financeiro.

Não deixe a sua clínica entrar nessa estatística. Neste artigo Vamos entender a definição de custos fixos e variáveis. Mas antes de tudo, é importante salientar que os termos custos e despesas ganham significados diferentes dependendo da empresa ou do ramo de atuação. Tendo isso em mente, vamos entender como você pode usar esses termos a seu favor na hora de calcular seus gastos.

Neste blog você verá:

Leia também: Obrigações Tributárias: entenda o que são e quais sua clínica deve pagar

O que é custo fixo

Os custos fixos de uma empresa representam os gastos recorrentes que você tem todo o mês relacionados ao produto ou serviço que você oferece. Caso as suas vendas sejam boas você terá um saldo positivo, caso contrário, pode ser complicado gerenciar com um custo fixo muito alto.

Falamos “fixo” referente ao valor gasto que sofre nenhuma ou pouca alteração durante um período recorrente, podendo ser semanal, mensal, trimestral, etc. Por exemplo, o valor do aluguel dos seus equipamentos não muda, independente se você fechou mais ou menos orçamentos.

Apesar de ser uma cobrança fixa, não significa que o valor sempre será o mesmo, afinal reajustes acontecem, mas em caso nenhum, o faturamento das suas vendas irá modificar os seus custos fixos, a não ser que você elimine esses custos por causa do baixo retorno.

Se sua empresa possui um fluxo baixo de vendas, isso impactará diretamente na sua margem de lucro, afinal, se os custos estão sendo maiores que o seu faturamento, o seu negócio não está sendo rentável.

São exemplos de custo fixo

Confira na prática alguns exemplos de custo fixo que você precisa se atentar ao fazer os cálculos dos serviços que você oferece:

  • Aluguel de equipamento;
  • Seguro para os equipamentos;
  • Limpeza e manutenção de materiais;

O que é custo variável

Os custos variáveis oscilam conforme a quantidade de produtos ou serviços vendidos, quanto mais vendas, maior o custo variável. Muitas vezes, o custo variável é popularmente conhecido por custo direto, justamente por incidir no volume de vendas.

Ou seja, se a produção ou a quantidade de serviço prestado aumentar, consequentemente, os seus custos também aumentam, e isso significa que as suas vendas cresceram.

São exemplos de custo variável

Conforme visto anteriormente, os custos variáveis sempre serão proporcionais aos seus produtos fabricados ou aos serviços prestados. Veja abaixo alguns exemplos práticos.

  • Gastos com logística;
  • Marketing;
  • Impostos sob produto;
  • Matérias-primas;
  • Embalagens;
  • Mão-de-obra temporária;
  • Horas extras;
  • Comissões sobre vendas;
  • Taxas de cartão de crédito.

Custos fixos e variáveis: qual a diferença?

É essencial ter em mente as principais diferenças entre os custos fixos e variáveis.

Para diferenciar, primeiramente, precisamos entender o contexto desses custos, pois ele altera conforme a atividade da empresa.

Para facilitar o entendimento, podemos exemplificar para o cotidiano de uma clínica de Odontologia ou Estética Avançada: Quando é feita uma compra de x quantidade de insumos de um fornecedor todos os meses, isso é um custo fixo, pois determinada quantidade é comprada com frequência.

No entanto, se um mês houver mais vendas de tratamentos, e os insumos que haviam em estoque acabam, sendo preciso comprar mais, passamos a considerá-lo um custo variável, pois a compra apenas ocorreu pelo seu volume de vendas ter excedido o planejado da sua compra mensal de insumos.

Como visto anteriormente, o custo fixo sofre pouca ou nenhuma alteração de acordo com o volume de vendas ou produção, diferente do custo variável que é alterado por esse fator.

Muitas vezes, os custos podem ser confundidos com despesas, veja abaixo como não cometer esse erro.

Despesa x custos: qual a diferença?

Conforme dito anteriormente, o significado de custos e despesas variam, mas vamos tentar entender a síntese de cada um.

Para organizar os gastos da sua empresa é preciso entender a diferença entre despesas e custos. Por exemplo, voltando ao cotidiano de uma clínica de Odontologia ou Estética Avançada, é impossível você fazer um procedimento sem ter o material de consumo dental. Então tudo que é necessário para concluir um tratamento ou serviço se designa como um custo, pois ele se refere aos gastos relacionados diretamente a prestação de serviço.

Já as despesas são os gastos administrativos que são necessários para manter a sua empresa funcionando, como aluguel do prédio, salário da sua secretaria, água, luz, internet, entre outros.

Agora que você já sabe diferenciar uma despesa de um custo, é essencial que você saiba como identificar os custos fixos e os variáveis no seu financeiro.

Como identificar os custos fixos e variáveis da sua empresa?

Na dúvida, basta você fazer uma análise simples: se eu vender mais, determinado custo específico aumentará? Se a sua resposta for sim, é um custo variável, se não, é um custo fixo.

Como exemplificado anteriormente, você faz uma compra mensal de insumos, se você compra com frequência, é um custo fixo. Mas como você vendeu muito mais tratamentos e teve de comprar mais insumos, isso se enquadra como custo variável.

Após essa breve análise, o ideal para você fazer esse controle de custos fixos e variáveis é registrar tudo em um livro-caixa. Assim, você terá de uma maneira organizada todos os gastos que você fez durante um determinado período.

Agora que ficou mais fácil identificá-los, saiba a importância do porque você deve fazer essa separação.

Veja também: Organização Financeira para Dentistas: guia de boas práticas

Custos fixos e variáveis: porque identificá-los?

Seja uma empresa de pequeno ou grande porte, conhecer os custos fixos e variáveis traz diversos benefícios, incluindo saber de uma vez por todas se o seu negócio está sendo lucrativo ou não, que é uma das maiores preocupações dos empreendedores.

Com esse controle também é possível precificar corretamente os seus produtos ou serviços prestados, possibilitando um melhor planejamento financeiro.

Se você observar o seu fluxo de caixa e ele tiver mais despesas e custos fixos, significa que quanto mais você vender, maior será o seu lucro, o que gera um saldo positivo. Diferente dos custos variáveis, se ele aparecer mais nos seus relatórios, quer dizer que você precisa lucrar a cada venda, se não terá prejuízo.

Portanto, uma empresa que apresenta mais despesas e custos fixos é a que tem mais vantagem ao criar promoções, pois ela ganha no volume de vendas.

Como calcular custo fixo e variável?

Antes de iniciar o cálculo dos custos é primordial que você identifique e liste todos os gastos do seu negócio, descrevendo-os de forma manual ou através de um software, elaborando uma tabela detalhada cada um dos gastos e classificando-os entre Custos Fixos e Custos variáveis conforme classificação explicada anteriormente.

O cálculo é simples, mas demanda atenção. Vamos imaginar uma clínica que gasta com aluguel do local, água, luz, aluguel e manutenção de equipamentos, entre outros custos o qual iremos classificar como despesa e custo fixo o valor de R$15.000 por mês. Por outro lado, para a realização dos serviços é necessário comprar alguns materiais que serão usados nos procedimentos , a quantidade e valor dessa compra neste caso irá variar conforme a quantidade de atendimentos. Em nosso exemplo imaginário, vamos supor que o valor dos materiais é de R$250,00 por procedimento e naquele mês foram atendidos 100 pacientes.

A fórmula que vamos usar é:

Custo total = despesa e custo fixo + (custo variável x n° de pessoas atendidas por mês)

Custo total = R$15.000 (despesa e custo fixo) + (R$250,00 (custo variável) x 100 (pessoas atendidas por mês) )

Custo total = R$15.000 (despesa e custo fixo) + (R$25.000,00 (custo variável no mês) )

Custo total = R$40.000,00

Sabendo o custo total da sua clínica, você pode calcular o custo por unidade de cada procedimento. Dessa forma você consegue avaliar se você está conseguindo lucrar e até planejar promoções com mais assertividade.

A fórmula para calcular o custo por unidade é:

Custo por unidade = custo total / n° pessoas atendidas por mês

Custo por unidade = R$40.000,00 (custo total) / 100 (pessoas atendidas por mês)

Custo por unidade = R$400,00. Ou seja, o custo de cada procedimento seria R$ 400,00. Após calcular o custo base por unidade, você consegue precificar corretamente o serviço, identificar a margem de lucro e desenvolver estratégias de acordo com a necessidade da sua clínica.

Esse cálculo você deve fazer com qualquer serviço que você presta, ou com seus produtos vendidos, assim você consegue estabelecer um lucro em cada trabalho seu, gerando um saldo positivo para o seu negócio.

Ainda assim, é muito importante que você consiga reduzir seus custos ao máximo, visando economizar e garantir uma saúde financeira a longo prazo. Veja abaixo algumas dicas práticas.

Dicas para reduzir despesas, custos fixos e variáveis

A redução dos custos fixos e variáveis é uma estratégia poderosa para aqueles que querem economizar dinheiro.

O cotidiano dos gestores e donos de clínica é bastante movimentado, muitas vezes os empreendedores enfrentam obstáculos, e para superar esses desafios é necessário utilizar diversas estratégias para melhorar o seu faturamento.

Diferente do que muitos pensam quando os lucros são reduzidos a melhor solução não é demissão de funcionários, afinal sem mão de obra, não há produção.

Perceba como você pode reduzir os custos fixos e variáveis com alguns métodos eficientes, a fim de minimizar e evitar os prejuízos.

Faça um planejamento

É importante criar um plano e segui-lo à risca. Este plano deve incluir estratégias para identificar as áreas onde as economias podem ser feitas, bem como táticas para implementar essas economias.

Além disso, o plano deve incluir etapas para monitorar o progresso e garantir que as reduções de custo sejam sustentáveis ao longo do tempo. Assim você garantirá que sua empresa esteja operando em seu nível mais eficiente e, ao mesmo tempo, mantendo a lucratividade.

Com um plano bem pensado, as empresas podem reduzir significativamente seus custos fixos e variáveis com o mínimo de esforço.

Comece economizando pouco

Reduzir custos fixos e variáveis pode ser um desafio para empresas de todos os portes. Mas, ao dar pequenos passos e estar atento aos seus gastos, você pode reduzir significativamente seus custos sem sacrificar a qualidade.

Isso significa fazer pequenas mudanças em seus hábitos de consumo que podem aumentar com o tempo, como cortar despesas desnecessárias ou substituir por despesas menores. Um exemplo de estratégia a longo prazo, é que, dependendo do número de funcionários na sua equipe, se você substituir a compra recorrente de copos descartáveis por canecas individuais para cada colaborador, você conseguirá eliminar essa despesa da sua clínica.

Crie metas de gastos

Criar metas de gastos é essencial para reduzir seus custos fixos e variáveis.

Ao criar um orçamento e entender a quantidade de dinheiro gasto, você pode identificar áreas em que pode economizar e garantir que esteja dentro de suas metas de gastos para que seu negócio permaneça lucrativo a longo prazo.

Além disso, configurar pagamentos automáticos para contas recorrentes pode ajudá-lo a manter o controle de suas finanças e reduzir a quantidade de tempo gasto em gerenciá-las.

Ao seguir essas etapas, você pode reduzir suas despesas e seus custos fixos e variáveis para atingir suas metas financeiras.

Fuja dos juros

Os pagamentos de juros podem ser uma das maiores despesas para as empresas, por isso é importante comparar diferentes bancos ou máquinas de cartão de crédito para obter as melhores taxas de juros disponíveis. Isso ajudará você a economizar dinheiro a longo prazo e oferecer melhores condições ao seu paciente.

Além disso, você também deve considerar o uso de uma máquina de cartão que ofereça taxas de transação mais baixas, pois isso vai ajudar a reduzir suas despesas gerais.

Para saber também como se planejar e economizar com tributos, leia o artigo: Planejamento tributário: tudo o que você precisa saber para uma contabilidade eficiente

Conclusão

Gerenciar os seus custos fixos e variáveis é essencial para manter uma boa saúde financeira do seu negócio. Afinal, estabelecer o seu fluxo de caixa e atualizá-lo diariamente é o ponto chave para você conseguir precificar os seus produtos e/ou seus serviços.

E com esse controle eficiente, você poderá enxergar com clareza se a sua empresa está gerando lucros ou dando prejuízos, assim você equilibra o seu financeiro permitindo novos investimentos e rentabilidade sustentável, mesmo passando por uma fase de poucas vendas.

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