Atualizado: 6 de jul. de 2023
Saber como fazer uma anamnese odontológica de forma correta é essencial para quem trabalha na odontologia. Esse procedimento pode determinar se você terá êxito ou não nos tratamentos dos seus pacientes.
Quer saber como fazer uma anamnese de forma correta? Um primeiro fato, essa prática deve ser muito bem embasada e fundamentada, com informações verdadeiras e úteis para a rotina da sua clínica odontológica.
Aqui, explicaremos o passo a passo de como fazer uma anamnese odontológica e qual a importância dela para o sucesso dos tratamentos odontológicos que você vai realizar!
Neste blog você verá:
- O que é anamnese?
- Qual a importância de fazer uma anamnese completa?
- Tipos de Anamnese
- Como fazer uma anamnese odontológica: confira 7 passos básicos
- Anamnese Digital: a automatização das fichas
- Software de gestão para fazer anamneses
- Perguntas que não podem faltar numa anamnese completa
Boa leitura!
O que é anamnese?
Antes de saber como fazer uma anamnese odontológica vamos entender a origem da anamnese, de forma geral. A palavra Anamnese, vem do grego “anamnesis”, que significa “lembrança” ou “ato de trazer a mente”.
Resumindo, seu principal objetivo é identificar, por meio de informações dadas pelo próprio paciente, possíveis fragilidades ou características que podem influenciar no diagnóstico ou plano de tratamento.
Qual a importância de fazer uma anamnese completa?
A anamnese é o ponto de partida para um atendimento de qualidade. É o momento de ouvir o paciente e descobrir o seu histórico ou motivos que o trouxeram ao seu consultório.
Além disso, entender como fazer uma anamnese odontológica eficiente vai te permitir evitar possíveis complicações futuras e elaborar planos de tratamentos mais adequados e personalizados para cada caso.
Pensando nisso, concluímos, inclusive, que uma anamnese odontológica completa também servirá para evitar condenações judiciais por suposto erro ou imperícia.
Tipos de Anamnese
Existem, basicamente, três técnicas no momento de fazer a anamnese odontológica:
- Técnica do Interrogatório Cruzado: se dá quando o profissional realiza as perguntas para o paciente e ele responde.
- Técnica de Escuta: é quando o profissional deixa o paciente livre para contar o que ele preferir e da forma como preferir sobre os seus problemas de saúde, histórico, sintomas, etc.
- Anamnese Digital: uma ficha de anamnese completa digital é enviada ao paciente e ele pode responder as perguntas no tempo dele, de qualquer lugar onde estiver.
Não necessariamente existe uma técnica correta para realizar a anamnese. Vai depender muito do paciente, pois existem aqueles que têm mais facilidade para falar e outros precisam ser lembrados por meio das perguntas.
Durante a realização da anamnese as técnicas também podem se sobrepor, quando por exemplo, o paciente lembra de alguma coisa que não foi perguntada e fala por si só.
Também é possível enviar a ficha digital de anamnese para o paciente e complementar as respostas no consultório.
Como fazer uma anamnese odontológica: confira 7 passos básicos
A anamnese odontológica é um procedimento essencial para dentistas que desejam oferecer o melhor tratamento para os seus pacientes. Porém, diante da rotina agitada, muitos profissionais acabam sendo negligentes, sem nem ao menos buscar entender a importância de como fazer uma anamnese completa pode contribuir para o sucesso do tratamento.
Por esse motivo, decidimos listar 7 passos de como fazer uma anamnese odontológica prática e robusta, deixando assim os seus pacientes ainda mais satisfeitos e tornando os seus processos muito mais organizados e eficientes.
1. Saiba o histórico odontológico do seu paciente
O seu paciente fez algum tratamento odontológico recentemente? Qual foi o último tratamento que ele fez? Ele tem dores regulares nos dentes ou na gengiva?
O histórico odontológico do paciente contribui para se evitar problemas futuros e é um dos pilares de como fazer uma anamnese funcional.
Se o seu paciente já tinha o hábito de ir ao dentista fica tudo mais fácil. Você pode solicitar-lhe ou ao dentista anterior essas informações.
É muito importante lembrar ao seu paciente que ele não precisa ficar preocupado ou com vergonha de ser julgado por você, ou por outros. Além do fato de essas informações serem confidenciais, você é um profissional sério e está interessado em usar essas informações para elaborar planos de tratamento mais eficientes para ele.
2. Pergunte sobre seus hábitos de higiene oral
Seu paciente costuma escovar os dentes com frequência? Quantas vezes por dia ele faz isso? Ele costuma escovar sempre após uma refeição? Usa fio dental? Vai ao dentista pelo menos 2 vezes por ano?
É muito importante mostrar ao paciente a necessidade em falar a verdade. E deixe claro, novamente, que você jamais iria recriminá-lo. Deixe ele confortável e explique com bastante tato a importância de ele adquirir bons hábitos para o futuro.
Você pode mostrar-lhe, talvez, como alguns dos maus hábitos que ele tinha levaram ao atual problema e como é importante se esforçar para mudar.
3. Entenda como o problema começou
Na maioria das vezes o paciente costuma aparecer na clínica odontológica com a necessidade de resolver um problema. Tente descobrir a origem da dor, como começou, se foi de repente ou se foi aumentando devagar. Foi causada por algum tipo de impacto ou começou de forma espontânea?
Tente descobrir o tipo de alimento e medicamento que seu paciente consome. Todas essas coisas podem ser relevantes para um diagnóstico mais preciso.
4. Saiba o histórico de saúde dele e da família
Existe algum histórico familiar relacionado à câncer, tabagismo, depressão, problemas cardíacos, renais, diabetes, vícios ou qualquer patologia crônica?
Existe algum histórico na família de problemas especificamente odontológicos?
A hereditariedade é um fator extremamente relevante na medicina em geral. Considerar esses tipos de doenças no histórico pessoal do seu paciente como no da família dele vai te dar mais ferramentas para elaborar um tratamento de sucesso.
5. Pergunte especificamente sobre vícios e outras atividades que seu paciente realiza
Seja franco com seu paciente. Pergunte se ele bebe, socialmente ou com mais frequência. Pergunte se ele fuma ou usa drogas. Veja se ele pratica atividades físicas e qual a frequência. Ele faz uso contínuo de algum medicamento? Ele tem vício em alguma substância ou atividade (sexual, por exemplo)?
Descobrir os vícios e as atividades do seu paciente é essencial para fornecer um diagnóstico exato do problema que ele tem ou para saber se um determinado tratamento vai ser eficaz ou não.
6. Recolha a assinatura
Se a sua ficha de anamnese é entregue antes da consulta, deixe um campo obrigatório para que seu paciente assine confirmando todas as informações daquele documento que ele preencheu. Se sua ficha é entregue durante a consulta, faça questão que seu paciente leia toda a ficha e então assine.
A assinatura é parte fundamental de como fazer uma anamnese realmente útil para você e sua clínica, visto que ela pode te proteger judicialmente de problemas futuros, principalmente se o paciente negar que tenha passado determinada informação que esteja na ficha.
Em casos de fichas digitais, não tenha receio em utilizar a assinatura eletrônica para validar o documento. A Medida Provisória 2.200-2, em vigor desde 2001, garante a legalidade das assinaturas feitas pela internet. Inclusive, o sistema Clinicorp já conta com esse recurso que traz diversas vantagens para sua clínica odontológica, como agilidade, mobilidade, redução de custos e muito mais.
Se quiser saber mais sobre como utilizar a assinatura eletrônica, leia nosso blog post: Assinatura Eletrônica: como utilizar esse recurso na odontologia?
7. Faça a anamnese de forma recorrente
Por conta da mudança de hábitos, troca de medicamentos e muitas outras coisas a anamnese deve ser feita de forma regular. Não existe uma regra específica de qual frequência adotar, então você pode fazer de acordo com a sua preferência.
Como vimos, saber como fazer uma anamnese de forma correta fará toda a diferença no tratamento do seu paciente. Ela deve ser feita no primeiro atendimento e depois deve ser atualizada de forma recorrente.
Agora que entendemos bem como fazer uma anamnese, como podemos otimizar esse procedimento?
Anamnese Digital: a automatização das fichas
A anamnese completa digital é uma grande evolução dentro dos consultórios odontológicos. Automatizar esse processo economiza tempo tanto do profissional quanto do paciente.
Com a anamnese digital, você pode enviar a ficha para que o paciente responda em qualquer lugar. Isso vai liberar o tempo do profissional, que pode realizar mais atendimentos nesse período.
Além disso, a partir do momento em que o paciente responde o questionário, o profissional já tem acesso e já pode dedicar o seu tempo a entender o caso daquele paciente.
Quando ele voltar ao consultório, o profissional pode focar em aprofundar alguma resposta que não ficou clara na ficha de anamnese, caso seja necessário, indo direto ao ponto.
Software de gestão para fazer anamneses
Um software de gestão para clínicas odontológicas é uma ferramenta digital que otimiza processos e automatiza tarefas, como agendamento de consultas, comunicação com os pacientes, controle financeiro e de estoque, gestão de marketing, entre outras, deixando o gerenciamento do negócio muito mais organizado e eficiente.
O software odontológico Clinicorp permite que o dentista preencha a ficha dentro do próprio sistema, incorporando-a ao cadastro do paciente, ou que ele encaminhe a anamnese ao paciente para ser respondida através do próprio celular, em casa ou na sala de espera da clínica.
Nessas situações é extremamente importante utilizar o recurso de assinatura eletrônica, assim você garantirá que o documento tenha validade jurídica.
Caso queira ajuda para decidir qual software de gestão escolher não deixe de conferir nosso blog post: Software Odontológico: como escolher o ideal para a gestão da sua clínica
Perguntas que não podem faltar numa anamnese completa
Pensar em como fazer uma anamnese é pensar em que tipo de perguntas fazer para o seu paciente. Para isso é necessário definir categorias de interesse e escolher perguntas que vão ser úteis para você dentro dessas categorias.
Por isso, listamos abaixo alguns tópicos importantes e sugestões de como você pode elaborar as melhores perguntas e incluir na sua ficha de anamnese odontológica:
Identificação
A identificação é o primeiro passo. É aqui que perguntamos o nome, idade (data de nascimento), sexo, cor, naturalidade, endereço, estado civil, profissão, religião, escolaridade, ou qualquer outra informação pessoal que você achar pertinente.
Caso a anamnese completa seja feita por meio de um software essas informações já são puxadas automaticamente para a ficha do paciente.
Já em casos nos quais a anamnese é feita pessoalmente por meio de perguntas e respostas, este é um bom momento para descontrair e iniciar um diálogo franco e aberto com o paciente.
Histórico familiar
Como já vimos, o fator hereditário pode ser um indício importante para encontrar um diagnóstico ou elaborar um tratamento. Então esse é o momento de você descobrir toda e qualquer doença que os familiares do seu paciente tem ou já tiveram.
É importante perguntar sobre as condições de saúde tanto física quanto mental da família. Outros pontos importantes são as causas das mortes – e também a idade – de avós, pais ou parentes, se porventura seja este o caso.
Vale ressaltar que é preciso ouvir o paciente e ir adaptando o diálogo à conversa.
Caso a anamnese completa seja feita de forma digital, é bacana colocar algumas opções de resposta para lembrar o paciente, já que nem sempre este histórico de doenças da família é algo que vem à mente facilmente.
Queixa Principal (QP)
“O que trouxe você aqui hoje?” – Perguntamos isso sempre que queremos extrair do paciente o motivo principal da consulta.
É importante que a queixa principal seja anotada exatamente conforme o relato do paciente. Evite usar termos técnicos ou resumos do que você entendeu. Registre conforme as palavras que ele usou.
História da Doença Atual (HDA)
Após anotar a queixa principal do paciente, este é o momento de descrever o problema dele, agora sim, em termos técnicos e em detalhes, para que nada se perca:
- Quando começou?
- Onde dói? Quanto dói?
- Qual é a sensação?
- Qual o aspecto físico do fenômeno?
- Qual a frequência dos sintomas?
- Qual a duração?
- Existe alguma condição externa que possa influenciar?
- Existe alguma situação que costuma desencadear esses sintomas? (atividades físicas, drogas, etc.).
- Há algum sintoma ou informação que você considera importante associar à queixa principal?
Lembre-se que além de descrever a doença a HDA tem de ser registrada em ordem cronológica.
História Patológica Pregressa (HPP)
Neste caso, é importante reunir dados sobre o histórico de saúde do paciente.
- Ele é hipertenso? Diabético?
- Usa algum medicamento contínuo? (anticoncepcional, antidepressivo, etc), Quais são seus hábitos? Fuma? Bebe?
- Como é o sono dele?
- Como são seus hábitos alimentares?
- Ele possui alergias?
- Já fez cirurgias, partos ou teve alguma hospitalização e traumatismos?
- Possui fatores de risco relevantes?
- Como é a imunização do paciente? Pergunte seu histórico de vacinas, hábitos, doenças que teve na infância, etc.
Tudo isso vai influenciar nos possíveis tratamentos que você pode sugerir ao paciente.
Lembre-se também que quando a anamnese completa é feita de forma digital, todos estes dados ficam armazenados em um só local, juntamente a outras informações do paciente.
Isso vai facilitar muito na hora de planejar o atendimento ao seu paciente, pois oferece uma visão geral e clara sobre ele.
História Social
Perguntas profundas também podem contribuir para o êxito do seu atendimento. Se seu paciente é etilista e tabagista seria importante fazer perguntas como:
- Há quanto tempo você faz uso?
- Com que frequência? Qual o tipo?
Outro item importante é a alimentação. Pergunte sobre a qualidade e a quantidade da alimentação dele. Quanto de água ele bebe por dia?
Por fim, pergunte sobre a moradia que seu paciente reside. Qual o material da casa? Como é o saneamento básico do local? Quantas pessoas vivem com ele? Quem são? Ele possui animais de estimação? Quais? Como é o convívio com eles? Um fator extra seria perguntar sobre viagens recentes, onde você poderá obter alguns dados epidemiológicos para o seu diagnóstico ou tratamento.
Conclusão
Aprender como fazer uma anamnese odontológica completa e objetiva colocará você um passo à frente para solucionar o problema do seu paciente.
Após ler tudo isso pode parecer muita informação para você compreender e aplicar, mas o objetivo do post é mostrar a você, dentista, como fazer uma anamnese funcional e que seja realmente útil para você iniciar o tratamento do seu paciente da forma correta.
Portanto, seja detalhista e meticuloso desde o começo do atendimento ao seu paciente. Deixar uma impressão positiva vai dar mais credibilidade à você como profissional.
Além disso, é preciso preparar-se tecnicamente para dar o melhor atendimento ao seu paciente desde o princípio, lá nas etapas de captação de novos clientes.
Para isso, sugerimos a leitura desse artigo aqui: Captação de Pacientes na Odontologia: 10 dicas incríveis da Clinicorp