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Biossegurança na Odontologia: por que ela é tão importante?

Andriely Lucavei
Outubro 21, 2024
14 minutos de leitura
Inovação
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Dentista descartando material infectantes em uma lixeira preta.
Biossegurança na odontologia abrange uma gama de atividades envolvendo a prevenção aos agentes biológicos

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Em praticamente todos os ambientes de trabalho, há riscos que podem impactar a segurança e a saúde dos profissionais. Um destes riscos, os biológicos, além de serem nocivos à saúde, podem afetar o meio ambiente, e um dos meios de prevenção é a biossegurança.

E quando se trata da manutenção da cultura de segurança em ambientes, principalmente, hospitalares, laboratoriais e farmacêuticos, a biossegurança é um fator de prevenção fundamental para a segurança dos profissionais, entre outros que circulam e permanecem neste ambiente, como auxiliares e pacientes.

O Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho (SmartLab), mostra que as atividades de atendimento hospitalar e de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos, integram o ranking das 10 atividades que mais registram acidentes de trabalho por agente biológico no Brasil, entre os anos de 2012 a 2022.

Portanto, são diversas as medidas de segurança que devem ser tomadas para garantir a integridade dos profissionais, e para isso é necessário a implementação de processos, boas práticas e a fiscalização dos responsáveis por preservar a biossegurança nestes ambientes.

Como esse é, também, um dos temas de maior importância para garantir o bom funcionamento de qualquer consultório odontológico, trouxemos esse artigo para explicar o que é a biossegurança na odontologia.

Boa leitura!

Leia também: Saiba como fazer uma anamnese de forma correta em 7 passos

O que é biossegurança na odontologia?

A biossegurança é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como uma condição de segurança alcançada pela adoção de um conjunto de atividades que visam prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde e o meio ambiente.

Na odontologia, a biossegurança consiste em um conjunto de normas e medidas empregadas para prevenir e evitar acidentes de trabalho envolvendo agentes biológicos, atuando diretamente na contenção e eliminação desse risco.

Podemos considerar os riscos biológicos como os microrganismos tais como, bactérias, fungos, protozoários, vírus, parasitas, entre outros. Esses agentes biológicos ao invadirem o organismo humano, seja por via cutânea, digestiva e/ou respiratória, podem causar patologias como, por exemplo, tuberculose, AIDS, hepatites, tétano, micoses, entre outras.

As medidas de biossegurança na odontologia abrangem uma gama de atividades envolvendo a prevenção aos agentes biológicos, indo do uso adequado de EPIs ao transporte e descarte correto dos resíduos odontológicos, tendo sempre como objetivo evitar a contaminação de pessoas e do meio ambiente.

Entenda a importância da biossegurança em consultórios odontológicos

Um consultório odontológico é um dos locais com maior potencial de contaminação por agentes biológicos. Logo, a implementação de protocolos de cuidado com a biossegurança na odontologia são extremamente importantes.

Durante a realização de qualquer procedimento odontológico, tanto os profissionais quanto seus pacientes, estão expostos a diversos agentes de contaminação, muitos deles, presentes em secreções respiratórias, sangue e saliva dos pacientes.

Sem protocolos de biossegurança bem definidos, esses agentes biológicos podem ser transmitidos de uma pessoa para outra, através das mãos do dentista ou assistentes, por exemplo.

Quando o procedimento demanda o uso de equipamentos cortantes ou perfurantes, os riscos são ainda maiores, pois todos os envolvidos ficam em contato com o sangue do paciente, que pode conter agentes biológicos contaminantes.

Por fim, na odontologia, o contato sempre muito próximo entre os profissionais e seus pacientes é algo inevitável. Possuir protocolos de biossegurança na odontologia que garantam a saúde de todos é algo determinante para evitar contaminações e a disseminação de doenças dentro do consultório.

Biossegurança na odontologia: classificação de áreas

Como uma clínica ou consultório odontológico pode ser dividido em diversos setores, como recepção, sala de espera, estoque de insumos e equipamentos, entre outros. Existe uma classificação que divide essas áreas, conforme os riscos que elas oferecem.

Áreas críticas

São consideradas áreas críticas aquelas onde, tanto os profissionais quanto os pacientes, estão mais propensos a estarem em contato com agentes biológicos. Podemos considerar como uma área crítica, por exemplo, a sala de atendimento onde são realizados os procedimentos odontológicos.

Outros exemplos são a sala de radiologia e esterilização, sala de recepção e outros espaços que o paciente tem acesso. Eles devem receber limpeza e desinfecção periodicamente.

Áreas semicríticas

Áreas semicríticas de biossegurança na odontologia, são aquelas onde se tem menor probabilidade de contato com agentes biológicos ou que, dificilmente, os pacientes têm acesso. Um exemplo de área semicrítica são espaços como o laboratório da clínica odontológica.

Áreas não críticas

Por fim, existem as áreas não críticas, aquelas em que os pacientes não possuem nenhum tipo de acesso e a existência de agentes biológicos é nula. Podemos incluir nessa categoria a administração, copa e outros espaços do tipo que existam na clínica odontológica.

Conheça as boas práticas da biossegurança na odontologia

Que a biossegurança na odontologia é extremamente importante para garantir a sua segurança e a de seus pacientes, agora você já sabe! Mas quais procedimentos você deve executar para colocar isso em prática?

Abaixo, listamos os principais, através dos quais você vai reduzir os riscos biológicos aos quais você, sua equipe e seus pacientes estão expostos.

Higienização do ambiente e instrumentos

Durante um atendimento odontológico são gerados diversos tipos de secreções e resíduos que podem conter agentes biológicos.

Para evitar a contaminação cruzada entre pacientes diferentes, ou até mesmo dos profissionais envolvidos, a higienização do ambiente e equipamentos deve ser realizada obrigatoriamente após o término da consulta.

O processo de higienização, ligado aos protocolos de biossegurança na odontologia, envolve algumas etapas principais, divididas em:

  • Assepsia: adoção de medidas que evitem que os materiais e o ambiente sejam contaminados por agentes biológicos;
  • Antissepsia: ações que auxiliam a anular o crescimento e propagação de microrganismos em um ambiente;
  • Limpeza: esse processo envolve a remoção da sujeira superficial do ambiente e equipamentos utilizados durante o atendimento;
  • Desinfecção: remoção e eliminação dos agentes biológicos que possam ser patogênicos;
  • Esterilização: último e mais profundo dos processos, elimina todos os agentes biológicos através da esterilização com vapor de alta temperatura e pressão.

Uso de EPIs

Os equipamentos de proteção individual ou simplesmente EPIs, são desenvolvidos para a proteção dos profissionais, reduzindo a probabilidade de contato com os agentes biológicos contaminantes.

Seu uso é indispensável e abaixo, listamos os principais EPIs que o dentista e sua equipe de auxiliares deve utilizar:

  • Gorro (barreira mecânica contra secreções, aerossóis e produtos): deve ser de preferência descartável, ou então, trocado a cada turno de trabalho;
  • Óculos de proteção: usados para proteção ocular, contra secreções, aerossóis e insumos químicos durante os procedimentos, e na limpeza e desinfecção de equipamentos e ambientes;
  • Máscaras descartáveis: devem ser de duplo filtro e tamanho ideal para cobertura de toda a boca e nariz, com permissão de respiração normal e sem irritar a pele;
  • Avental: devem ser de mangas longas, descartável ou de tecido para atendimento aos pacientes, ou impermeável para limpeza e desinfecção de equipamentos e ambientes;
  • Luvas descartáveis: devem ser de boa qualidade e usadas em todos os procedimentos. Utilizadas durante as atividades clínicas, sendo estéreis para procedimentos cirúrgicos (látex);
  • Calçados: devem ser fechados e antiderrapantes, sendo usados para proteção dos pés contra: choques elétricos, impactos de quedas de objetos, agentes térmicos, cortantes e escoriantes, umidade proveniente de operações com uso de água e respingos de produtos químicos.

Esses EPIs, quando utilizados de maneira correta, garantem a proteção contra os diversos agentes biológicos presentes no ambiente do consultório odontológico.

Assepsia das mãos

Embora o uso de luvas seja obrigatório durante a realização de qualquer procedimento odontológico, fazer a correta higienização das mãos é outra atividade indispensável.

O primeiro passo consiste na remoção de anéis, relógios, pulseiras, e tudo que possa ser um meio de contaminação usado nas mãos.

Você deve molhar as mãos e pulsos em água corrente, usar sabão líquido em quantidade apropriada para cobertura das mãos e pulso, ensaboando nessa sequência: palmas das mãos, dorso das mãos, espaços entre os dedos, polegar, articulações, unhas e pontas dos dedos e por fim os punhos.

Feito isso, enxaguar abundantemente as mãos e antebraços com água corrente, deixando escorrer das mãos para os cotovelos e secar as mãos e antebraços com toalhas de papel descartáveis.

Imunização por meio de vacinas

Os profissionais da área da saúde, por possuírem um risco mais elevado de contágio de doenças infectocontagiosas, em relação ao restante da população, devem sempre estar devidamente imunizados.

Segundo a ANVISA, para assegurar a biossegurança na odontologia, as imunizações mais importantes para os profissionais de odontologia são contra a Hepatite B, Influenza, Tríplice Viral e Dupla tipo adulto, sendo preferencialmente administradas no serviço público, para garantia do esquema vacinal, do lote e da correta conservação.

Por isso, é importante que você e sua equipe mantenham o calendário vacinal sempre em dia, garantindo a segurança de todos.

Descarte de materiais odontológicos

Geralmente, os resíduos de serviços de saúde (RSS), popularmente conhecidos como lixo hospitalar, são associados apenas aqueles gerados em hospitais e clínicas médicas. Entretanto, existem outras fontes geradoras de resíduos semelhantes, entre os quais, pode se destacar os resíduos odontológicos.

As clínicas odontológicas, muitas vezes, não possuem consciência e conhecimento necessários, ou mesmo infraestrutura adequada para o gerenciamento desse tipo de material.

É importante que você tenha em seu consultório uma lixeira com a tampa acionada pelo pedal, acondicionada com um saco de lixo especial, para evitar o contato com materiais infecciosos e cumprir as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A identificação de transporte de materiais infecciosos deve seguir as normas da ANVISA e a resolução CONAMA 358/2005, que tratam do gerenciamento de RSS, como é orientado na NBR 7500 da ABNT de março de 2021.

Esses resíduos necessitam de uma classificação para segregação e devem ficar armazenados em embalagens adequadas e identificadas, para garantir a segurança tanto da sua equipe quanto dos coletores.

Os elementos como gaze, algodão, luva, máscara, ponta de sucção, curativos, materiais contaminados com sangue, tecidos e qualquer resíduo que possa conter microrganismos patogênicos, são considerados materiais do Grupo A. Devem ser embalados em saco plástico branco leitoso com um símbolo que os identifique como resíduo infectante, conforme a NBR 7500.

Já no Grupo B, que abrange as substâncias químicas, como resíduos do amálgama, produtos farmacêuticos vencidos e reagentes químicos, devem ser acondicionados em recipientes seguros, etiquetados e encaminhados para empresa devidamente licenciada para tratamento desse tipo de resíduo.

Para os materiais do Grupo C, a identificação é de material radioativo, por contemplar, por exemplo, resíduos de materiais utilizados em procedimentos de diagnósticos por imagem que utilizam substâncias radioativas.

Os materiais do Grupo D devem ser descartados como lixo comum, e não podem ser misturados com resíduos perigosos. Incluem, por exemplo, o papel utilizado na secagem das mãos ou na recepção da clínica ou ainda, copos plásticos descartáveis.

Materiais como seringas, lâminas, agulhas, ampolas, vidros, tesouras e outros que forem considerados perfurocortantes, são materiais do Grupo E. Eles devem ser acondicionados em caixas de papelão rígidas, de material resistente a perfuração e estar devidamente identificada com o símbolo de risco biológico, se for o caso de resíduos contaminados.

Biossegurança na radiologia odontológica

Se dentro da sua clínica odontológica, você possui um centro radiológico ou até mesmo é um profissional dessa área, saiba que a biossegurança é tão importante quanto o controle das doses de radiação, considerando a possibilidade de disseminação de microrganismos por meio de soluções de processamento radiográfico, bem como pelo contato com o aparelho de raios-X.

Afinal, existem objetos e superfícies que entram em contato direto com a membrana mucosa dos pacientes, que são a mão do operador, filmes radiográficos intraorais e os posicionadores para técnica do paralelismo. Esses devem ser obrigatoriamente higienizados entre um atendimento e outro.

Além desse cuidado quanto a higienização do ambiente e equipamentos, vale também para a radiologia odontológica, as determinações de assepsia das mãos e uso de EPIs.

Integrar seu centro radiológico com um software odontológico é fundamental para promover mais segurança, qualidade e eficiência nos seus atendimentos. Com o software odontológico Clinicorp, você pode realizar a integração com centros radiológicos, permitindo que você receba os exames de seus pacientes diretamente pelo sistema. Assista ao vídeo abaixo, saiba como essa integração funciona e como ela pode ser vantajosa para sua clínica:

O que a Vigilância Sanitária exige para consultório odontológico?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a responsável pelo desenvolvimento, aprimoramento e fiscalização da execução de normas relacionadas aos projetos físicos de estabelecimentos de saúde, incluindo as clínicas odontológicas.

Em 21 de fevereiro de 2002, foi aprovada a Resolução RDC Nº 50, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais à saúde.

No que se refere aos materiais descartados no atendimento odontológico, a ANVISA ainda classificou os resíduos de saúde em cinco grupos, de acordo com o grau de risco biológico, conforme regulamentado na Resolução RDC Nº 222/2018.

Ainda para esses materiais, existe o Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS), um importante mecanismo para orientar boas práticas e garantir o destino adequado para cada tipo de resíduo gerado.

Realize ações preventivas de biossegurança

Para garantir que você, sua equipe e seus pacientes estejam sempre protegidos, é importante que você realize ações preventivas de biossegurança na sua clínica odontológica, de forma regular.

Fazer exames de rotina para identificar patologias que possam colocar outras pessoas em risco, é a primeira ação. Como você tem contato com um grande número de pessoas diariamente, visite regularmente o seu médico, para descartar qualquer problema.

Além disso, não se esqueça de fazer a correta higienização das mãos, ambientes e equipamentos. O uso dos EPIs também deve ser seguido à risca.

Por fim, é obrigação de todo profissional de saúde, o conhecimento das normas vigentes e de sua correta aplicação, garantindo a sua própria segurança e a de terceiros.

Leia também: Como montar uma clínica odontológica e ter sucesso.

Conclusão

A biossegurança na odontologia não é apenas uma medida de prevenção, mas um compromisso contínuo com a segurança e o bem-estar dos pacientes e profissionais. Manter e seguir rigorosamente os protocolos de biossegurança é fundamental para evitar riscos e garantir um ambiente seguro e confiável no consultório.

Em muitos casos, o maior problema para eliminar ou minimizar os riscos, não está nas tecnologias disponíveis, e sim no comportamento dos profissionais, que estão despreparados ou não estão dispostos a enxergar, apontar e enfrentar os problemas.

Por isso, ao implementar uma cultura de atenção constante às normas, os profissionais de odontologia não apenas protegem a saúde de todos, mas também reforçam a credibilidade e a confiança de seus pacientes. Investir em treinamento, atualização e uso adequado de tecnologias são passos essenciais para que a prática odontológica se mantenha segura e eficiente.

Neste artigo, você pode conferir algumas dicas de como manter o seu consultório seguro para você, sua equipe e seus pacientes. E para complementar a leitura, sugerimos conferir o manual de Serviços Odontológicos Prevenção e Controle de Riscos, da ANVISA.

Nele, você encontra uma ampla relação de técnicas que ajudam a manter a eficiência da biossegurança na odontologia e demais pontos a serem considerados na segurança do dentista e sua equipe de atendimento.

E agora que você já sabe qual a importância da biossegurança no dia a dia de uma clínica odontológica, é hora de garantir que todos os processos da sua clínica estejam sendo realizados de forma segura e eficiente. E para isso, você pode contar com o Clinicorp, o melhor software de gestão odontológica do mercado. Preencha o formulário abaixo e fale com um de nossos consultores!

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