Você se dedica todos os dias para fazer a sua clínica crescer. Mas, quando chega a hora de estabelecer quanto deve receber pelo seu trabalho, ainda tira apenas “o que sobrou no caixa” ou decide sem ter um valor previamente definido?
É nesse momento que a autorremuneração se torna essencial — um dos pontos mais importantes para garantir a saúde financeira da sua clínica. Ao determinar o seu pagamento de maneira planejada, você evita misturar as finanças pessoais com as da clínica, reduz riscos com o fisco e ainda consegue enxergar o verdadeiro lucro do negócio.
Mesmo assim, muitos dentistas ainda deixam esse ponto de lado. Não à toa, 60% das empresas encerram suas atividades antes de completar cinco anos. E um dos principais motivos é justamente a falta de planejamento financeiro.
Se você ainda retira o seu pagamento sem um valor definido ou tem dúvidas se o pró-labore que recebe está adequado, este conteúdo vai te ajudar a entender como organizar a sua autorremuneração da forma certa.
Boa leitura!
Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre comissionamento de dentistas parceiros.
O que é autorremuneração?
A autorremuneração é o pagamento que o dentista ou gestor da clínica define para si mesmo pelo trabalho que realiza na administração do negócio. É uma forma de garantir que você receba pelo que faz, com um valor fixo todo mês, sem depender do que “sobrar” no caixa.
Além de ajudar a organizar as finanças, essa prática separa o que é dinheiro da clínica e o que é seu — algo essencial para manter o controle financeiro e o equilíbrio da empresa no dia a dia.
Normalmente, a autorremuneração é possível quando a clínica tem uma estrutura jurídica adequada, como uma Sociedade Limitada (Ltda.) ou uma Sociedade Limitada Unipessoal (SLU). Nesses casos, o sócio que também cuida da gestão define um valor mensal chamado pró-labore. E, se a clínica tiver lucro, ainda pode ter participação nesses resultados.
Mais do que um pagamento pelo seu trabalho, a autorremuneração contribui para o planejamento financeiro, garante o recolhimento correto dos impostos e evita problemas comuns — como retirar dinheiro do caixa sem nenhum controle. Quando o dentista enxerga a clínica como uma empresa e formaliza o próprio pagamento, fica muito mais fácil construir um negócio saudável e lucrativo.
Leia também: Imposto de renda para dentista: tudo que você precisa saber para uma declaração correta e assertiva.
Principais modelos de autorremuneração
Definir como será o seu pagamento como dentista ou gestor, é uma etapa essencial do planejamento financeiro da clínica. A seguir, separamos os principais modelos de autorremuneração utilizados no mercado e como cada um pode funcionar na sua realidade:
Pró-labore
O pró-labore é o modelo mais comum de autorremuneração. Funciona como um salário fixo pelo trabalho de gestão da clínica — ideal para quem também atende pacientes ou atua diretamente na administração.
Com um valor mensal definido, você garante previsibilidade financeira e mais controle sobre o caixa da clínica.
O que você precisa saber:
- Sobre o pró-labore incidem INSS e, dependendo do valor, Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF);
- Não dá direito a FGTS ou 13º salário;
- É obrigatório quando o sócio exerce função administrativa na clínica.
Exemplo prático:
Um dos sócios cuida da gestão financeira e também atende pacientes. Ele define um pró-labore de R$ 7 mil por mês, com o recolhimento do INSS em dia.
Distribuição de lucros
A distribuição de lucros acontece quando a clínica fecha o período com resultados positivos. Esse modelo permite retirar parte do lucro sem pagar impostos como INSS ou IRPF — desde que a contabilidade esteja em dia.
Por que vale a pena?
Ajuda a reduzir a carga tributária e ainda premia o sócio pelo bom desempenho da clínica.
Exemplo prático:
Após o fechamento trimestral, a clínica apura um lucro líquido de R$ 120 mil. Os sócios decidem distribuir R$ 60 mil, de forma proporcional à participação de cada um — e sem pagar novos impostos sobre esse valor.
Retirada mista (pró-labore + lucros)
Muito comum em clínicas odontológicas, esse modelo combina o pró-labore fixo com a distribuição de lucros quando a clínica tem um bom resultado.
Vantagem:
Você garante a contribuição previdenciária pelo INSS com o pró-labore e ainda aproveita os benefícios fiscais da distribuição de lucros.
Exemplo prático:
O sócio gestor recebe R$ 5 mil por mês de pró-labore. Ao final do semestre, a clínica tem lucro e ele retira mais R$ 40 mil como distribuição de lucros — sem pagar INSS ou IRPF sobre esse valor.
Participação nos resultados (PLR)
Em clínicas maiores, a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) também é uma forma de autorremuneração. Nesse modelo, os sócios ou até mesmo dentistas parceiros recebem um bônus conforme o desempenho da clínica.
Exemplo prático:
A clínica estipula uma meta de faturamento para o trimestre. Quando a meta é atingida, os sócios e dentistas associados recebem um valor extra proporcional ao resultado.
Como definir corretamente a autorremuneração?
Muitos dentistas e gestores ainda definem o próprio pagamento de forma aleatória ou apenas considerando o quanto esperam faturar no mês. Mas o caminho certo começa com um olhar técnico sobre as finanças da clínica.
O primeiro passo é entender quanto a sua clínica realmente pode pagar sem colocar a operação em risco. Para isso, é fundamental levantar todos os custos fixos mensais — como o pagamento dos dentistas parceiros, secretárias, aluguel, insumos, laboratório e tributos. A autorremuneração nunca deve vir antes de garantir que essas despesas estejam cobertas.
Outro ponto importante é considerar a criação de uma reserva financeira. Isso ajuda a manter a clínica estável em períodos de menor movimento ou diante de imprevistos, como uma manutenção emergencial ou a compra de um novo equipamento. Quem ignora esse cuidado acaba recorrendo ao próprio bolso ou se endividando para cobrir o rombo.
Vale também analisar o mercado odontológico. Pesquisar a média de pró-labore na sua especialidade pode oferecer uma boa referência para definir um valor justo. Um implantodontista, por exemplo, tende a ter uma autorremuneração diferente da de um clínico geral, por causa do valor dos procedimentos e do volume de atendimentos.
Por fim, é essencial avaliar o impacto dos impostos na sua decisão. Um pró-labore muito alto aumenta o valor do INSS e do Imposto de Renda. Por outro lado, um valor muito baixo pode gerar problemas com o fisco. Por isso, uma estratégia comum nas clínicas é definir um pró-labore mais enxuto, garantindo a contribuição ao INSS, e realizar o restante da retirada via distribuição de lucros — que é isenta de impostos, desde que a contabilidade esteja em dia.
Quando bem planejada, a autorremuneração deixa de ser uma escolha baseada no “quanto eu acho que mereço” e se torna um dos pilares para a saúde financeira e o crescimento da sua clínica.
Leia também: Meios de Pagamento para Dentistas: feche mais tratamentos com um controle de inadimplência eficiente.
Utilize os relatórios Clinicorp para uma autorremuneração assertiva
Na hora de definir a autorremuneração, um dos maiores erros é se basear apenas na sensação de que o mês foi bom ou no saldo momentâneo do caixa. Para garantir um valor justo e realmente compatível com a situação financeira da clínica, o ideal é se apoiar em dados concretos — e é exatamente isso que os relatórios financeiros do Clinicorp oferecem.
Com o relatório de cobranças e pagamentos, o dentista ou gestor tem uma visão clara de quanto foi faturado, quanto entrou de fato no caixa e o que ainda está pendente de pagamento. Assim, fica mais fácil entender o fluxo de recebimentos mês a mês e evitar retirar o pró-labore ou os lucros sobre valores que ainda não chegaram — um erro comum que pode desequilibrar as finanças da clínica.
Outro relatório essencial é o de faturamento, que mostra todos os tratamentos realizados, o ticket médio por paciente e o desempenho de cada profissional da equipe. Esses dados ajudam a avaliar a performance da clínica e também o quanto o seu trabalho impacta no faturamento — o que faz toda a diferença na hora de definir uma autorremuneração justa e proporcional ao seu papel no negócio.
O software odontológico Clinicorp ainda permite gerar relatórios personalizados por período, tipo de procedimento ou forma de pagamento. Isso facilita a análise dos meses de maior ou menor movimento e contribui para o planejamento do fluxo de caixa, evitando retiradas acima do recomendado em épocas de baixa.
Com essas informações em mãos, o gestor deixa de agir no achismo e torna a autorremuneração uma decisão técnica e estratégica, sempre alinhada ao desempenho real da clínica. Esse controle traz mais segurança, equilíbrio e previsibilidade para a gestão financeira do negócio.
Quer ver na prática como eles funcionam? Assista ao vídeo abaixo e conheça os relatórios de desempenho do Clinicorp!
Conclusão
A autorremuneração é um dos pilares para quem deseja cuidar da clínica de forma profissional e garantir a saúde financeira do negócio. Mais do que simplesmente retirar dinheiro do caixa, definir o seu pagamento exige planejamento, atenção aos impostos e, principalmente, controle sobre o desempenho real da clínica.
Quando você estrutura essa decisão — combinando pró-labore, distribuição de lucros e o uso dos relatórios financeiros —, consegue evitar surpresas no caixa, reduzir riscos fiscais e garantir uma autorremuneração justa e alinhada à realidade da clínica.
Se você chegou até aqui, já sabe que ter as ferramentas certas faz toda a diferença nesse processo. Com os relatórios do Clinicorp, suas decisões deixam de ser baseadas em achismos e passam a ser guiadas por dados concretos — trazendo mais clareza e segurança para definir o valor da sua retirada.
Quer saber como o Clinicorp pode ajudar você a ter uma autorremuneração mais estratégica e uma gestão financeira mais sólida? Preencha o formulário abaixo e fale com um dos nossos especialistas.